terça-feira, 30 de março de 2010

Castelo de Mogadouro

Erguido no século XII, o castelo de Mogadouro foi concedido em 1297 pelo rei D. Dinis à Ordem dos Templários e, alguns anos mais tarde, em 1319, passou para a Ordem de Cristo, sucessora daquela. Hoje conservam-se  apenas dois panos de muralha, ligando um deles a torre a um cubelo. A torre, quadrangular e de aparelho "incertum", é acompanhada,   não de muito longe, por uma outra de feição mais recente, conhecida como Torre do Relógio. Esta é feita de cantaria nos cantos e aparelho "incertum" a meio. Está dividida em três registos, o último dos quais preparado para receber sinos. Tem um remate piramidal e ostenta nos quatro cantos pináculos de granito. Apresenta-se hoje com graves fendas. Um pouco mais abaixo vêm-se restos de uma outra cintura de muralhas, em mau estado.

Castelo de Mogadouro




sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Santuário de Panóias-Vila Real

Que a sua proximidade relativamente aos Deuses nos sirva de «cunha»para atrairmos a boa vontade Divina... afinal,temo-los,no sangue...

Saudações Pagãs
Pelos Deuses e pela Estirpe

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Santuário de Panóias-Vila Real

O Santuário de Panóias (monumento durante muitos anos designado por Fragas de Panóias) foi construído entre os finais do século II e os inícios do século III d. C. É constituído por um recinto onde se encontram três (entre outras) grandes fragas nas quais foram talhadas várias cavidades, de diversos tamanhos, bem como escadas de acesso. Numa das rochas foram também gravadas inscrições. Esta rocha, que denominamos de n.º 1, situada na entrada do recinto, possui as inscrições conhecidas, e que chegaram até nós, embora uma delas, ainda conhecida no século passado, tenha sido entretanto destruída.
Fonte:Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR

Santuário de Panóias-Vila Real











Santuário de Panóias-Vila Real

Inscrições:

A inscrição desaparecida, em latim, estava 6/7 metros a Este da segunda inscrição, do lado direito do caminho por onde se entrava para a área sagrada. O texto estaria orientado para a rocha situada na entrada do recinto e diz o seguinte:
DIIS (loci) HVIVS HOSTIAE QVAE CA / DVNT HIC INMOLATVR / EXTRA INTRA QVADRATA / CONTRA CREMANTVR / SANGVIS LACICVLIS IVXTA / SVPERE FVNDITVR
“Aos Deuses e Deusas deste recinto sagrado. As vítimas sacrificam-se, matam-se neste lugar. As vísceras queimam-se nas cavidades quadradas em frente. O sangue verte-se aqui ao lado para as pequenas cavidades. Estabeleceu Gaius C. Calpurnius Rufinus, membro da ordem senatorial.”
Para a rocha da entrada, sobe-se por uns degraus, sendo que antes de subir, à esquerda, fica a
segunda inscrição:

DIIS CVM AEDE / ET LACV M. QVI / VOTO MISCETVR / G(neus) C(aius) CALP(urnius) RUFI / NVS V(ir) C(larissimus)
(a primeira tradução é de António Rodriguez Colmenero, e a segunda de Geza Alföldy)
"Aos deuses, com o aedes e o tanque, a passagem subterrânea, que se junta por voto."
“G. C. Calpurnius Rufinus consagrou dentro do templo (templo entendido como recinto sagrado), uma aedes, um santuário, dedicado aos Deuses Severos.”
Restam os vestígios de um dos pequenos templos existentes no recinto. Subindo as escadas e passando para o outro lado da rocha, encontra-se a terceira inscrição:

DIIS DEABVSQVE AE / TERNVM LACVM OMNI / BVSQVE NVMINIBVS / ET LAPITEARVM CVM HOC TEMPLO SACRAVIT / G(neus) C(aius) CALP(urnius) RVFINVS V(ir) C(larissimus) / IN QVO HOSTIAE VOTO CREMANTVR
"A todos os deuses e deusas, a todas as divindades, nomeadamente às dos Lapiteas, dedicou este tanque eterno, com este templo, Gaius c. Calpurnius Rufinus, varão esclarecido, no qual se queimam vítimas por voto."
“Aos Deuses e Deusas e também a todas as divindades dos Lapitaes, Gaius C. Calpurnius Rufinus, membro da ordem senatorial, consagrou com este recinto sagrado para sempre uma cavidade, na qual se queimam as vítimas segundo o rito.”
Esta inscrição revela que o recinto é dedicado não só aos Deuses Severos mas também aos deuses dos Lapitae, deuses da comunidade indígena que existiria na região. Adiante temos a quarta inscrição (em grego):

Y'l'ICTw CEPA PIDI CYN KANqA Pw KAY MYCTOPIOIC C. C. CALP.RVFINVS VC.
"O esclarecido varão Caio Calpúrnio Rufino, filho de Caio, consagrou, junto com um lago e os mistérios, (um templo) ao mais alto deus Serápis."
“Ao altíssimo Serápis, com o Destino e os Mistérios, G. C. Calpurnius Rufinus, claríssimo.”
O senador consagrou o recinto sagrado à divindade principal dos deuses do Inferno, o Altíssimo Serápis, incluindo uma gastra e mistérios. Gastra, uma cavidade redonda, encontra-se imediatamente atrás da inscrição. A sua função no ritual seria o de assar a carne da vítima, que era consumida no local, em frente ao nome da divindade. A quinta inscrição indica o acto final:
DIIS SE(veris) MAN(ibus) DIIS IRA(tis) / DIIS DEABVSQVE (loca) / TIS (hic sacravit lacum et) / AEDEM (Gneus Caius Ca) LP (urnius Ru) FINVS (Clarissimus Vir)
"Aos deuses infernais irados que aqui moram, (dedicou) Gaius c. Calpurnius Rufinus, varão esclarecido."
“Aos deuses, G. C. Calpurnius Rufinus, claríssimo, com este (templo) oferece também uma cavidade para se proceder à mistura.”
Neste local, o iniciado purificava-se do sangue, gordura e azeite com que se tinha sujado.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
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Santuário de Panóias-Vila Real