quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Castelo de Penas Roias

Elementos Históricos:

Pouco ou nada se sabe do passado desta povoação do concelho de Mogadouro. Pensa-se que terá tido fundação lusitana e que foi posteriormente ocupada por romanos e muçulmanos.
Quando a fortaleza romana caiu em poder dos cristãos, o rei de Leão doou-a à Ordem dos Templários, que se encarregou de a repovoar e defender, reedificando a fortaleza romana.
Durante o reinado de D. Sancho I, foi novamente repovoada a vila de Penas Róias, passando a concelho.
Mais tarde, em 1319, D. Dinis transferiu a povoação para a Ordem de Cristo, sendo provável que lhe tenha também mandado restaurar as muralhas e o castelo.
O castelo ergue-se a cerca de 80 metros da aldeia de Penas Róias, com acesso por caminho sinuoso e pedregoso que se situa a Este. único ponto que necessitaria de defesa mais cuidada.
A aldeia de Penas Róias possuía um sistema defensivo bastante humilde. Era constituído por uma cerca amuralhada com quatro cubelos (dois facetados e dois cilíndricos) e uma torre quadrangular no centro da praça de armas, à qual se acedia por uma única porta, bem defendida.
Actualmente, apenas resta uma torre do que em tempos fora um importante castelo Templário.
Do monte onde se levantava o castelo e onde existem hoje restos de muros e cubos medievais, pode admirar-se a linda paisagem que, entre outras coisas, inclui a igreja de Azinhoso e, mais ao longe, Mogadouro.

Cronologia:

1166 - Início da construção do castelo de Penas Róias; a mando de Gualdim Pais, Mestre Geral dos Templários;
1258 - Inquirições de D. Afonso III sobre o local;
1272 - Concedido foral por D. Afonso III a Penas Róias e Mogadouro;
1273 - Nova concessão de foral a Penas Róias por parte de D. Afonso III;
1512 - D. Manuel dá Foral Novo;
1977 - Descobertos restos de colunas quando se lavrava a terra.

Tipo de Arquitectura:

O castelo de Penas Róias é uma fortaleza militar medieval que foi pertença dos Templários, mas que actualmente se resume a pouco mais que uma torre alcantilada, de planta quadrangular com 5 metros de lado, de aparelho simples à base de xisto quartzítico misturado com argamassa.
A cantaria predomina nas janelas existentes a sul e a este. A porta situa-se a oeste, a cerca de seis metros de altura, e é igualmente feita de cantaria. No lintel podemos observar a cruz pátea templária com a seguinte inscrição: “Gualdim Pais, mestre geral dos Templários, mandou fazer o castelo de Pena Roia, iniciando os trabalhos a 4 das Calendas de ... era de 1204 sendo freires assistentes frei João Francisco ...”.
A estrutura frágil da torre não permite o acesso à mesma. Perto dela existe uma pequena torre circular com uma base em talude de execução recente.
1977 / 1978 - consolidação das muralhas, da base do lado Norte da torre e fechamento das juntas das paredes da torre de menagem.

Relação histórica e cultural com castelos vizinhos:

Os Castelos aos quais o de Penas Róias está infimamente ligado é aos castelos de Algoso, Mogadouro e Miranda do Douro bem como, embora mais deslocado com o de Bragança, constituindo no seu conjunto o núcleo duro do Nordeste transmontano.
No castelo de Algoso residia o representante do rei que arrecadava os direitos reais em terra de Miranda e Penas Róias.
Certos pormenores levam à conclusão de que houve uma certa pressa na edificação. Esta torre / castelo fazia com Vimioso e Mogadouro um sério conjunto defensivo
Pelo seu tipo a torre de Penas Róias é semelhante à de Idanha-a-Velha e neste caso seria mais uma torre de Atalaia.

Sem comentários:

Enviar um comentário